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Xamanismo: um caminho de reconexão

  • Foto do escritor: Bruna Viegas
    Bruna Viegas
  • 6 de fev. de 2023
  • 3 min de leitura

Para compreender melhor o xamanismo como um caminho de reconexão, é importante entender um pouco mais da história e como surgiu, para então, saber como pode ser aplicado atualmente, trazendo mais qualidade e espiritualidade para a vida cotidiana.


“Xamanismo não é um exercício da mente sobre a matéria, mas um processo natural que permitirá que você assuma o controle de sua própria vida através do Espírito e encontre nele sentido, propósito e realização.”
Kenneth Meadows (1925-2002)

O termo Xamanismo foi criado pelos antropólogos a partir de seus estudos com diferentes povos originários ao redor do mundo. Logo, o termo se refere a um conjunto de saberes e práticas ancestrais, considerado desde o homem primitivo como também os tribais e a relação deles com a natureza e a vida.


Foi visto, que os aborígenes se relacionam de forma profunda com todos os seres, com os animais, os vegetais, os minerais, os astros, o mundo invisível e os elementos da natureza, pois eles entendem que existe uma grande teia da vida que conecta e interliga a todos com a Grande Mãe Terra e o Grande Espirito Divino, e isso faz do xamanismo universal.


No aspecto religioso, o xamanismo não é uma religião com dogmas a serem seguidos rigidamente ou tem como referência um mestre que guia os seus adeptos. Mas, é um caminho de “religare”, de reconexão consigo e com o sagrado que habita em todos os seres. Em alguns rituais a consciência se expande, o que facilita a reintegração do Ser com a perspectiva da unicidade, ou seja, se ver como parte da Terra e do Cosmos, dentro do ciclo: vida-morte-renascimento.


Quanto ao termo Xamã, conhecido por "aquele que é inspirado pelos espíritos”, representa uma autoridade espiritual, tanto para a sua comunidade ou tribo, quanto pela sua própria experiência de vida com a natureza, com o mundo invisível e o domínio das suas sombras. Portanto, um xamã não se autointitula, ele se torna! O que difere muito daqueles que praticam o xamanismo, estes seriam praticantes ou estudantes dos conhecimentos antigos.

“Xamã é uma pessoa que usa técnicas de transe e êxtase religioso, ou desdobramento, sair do corpo para encontrar respostas. A palavra xamã vem da antiga cultura siberiana e é usada para identificar os líderes de comunidades que atuam como curadores e intermediários do além nas diversas sociedades mais primitivas (primeiras). O xamã é principalmente um homem que lida com o sagrado dentro de certa tradição. Eles se destacam nas culturas aborígenes de todos o globo e são muito presentes quando o assunto é o sagrado relacionado à terra e à natureza. Os pajés das diversas tribos brasileiras são xamãs e podem ser considerados também médiuns, sacerdotes, feiticeiros, bruxos ou magos, dependendo da sua forma de atuar.” CUMINO (2017, p. 23)

Existe muita sabedoria ancestral que tem sido conservada ao longo dos tempos, principalmente pelos povos originários, que passam seus conhecimentos de geração em geração. Se temos acesso a estes saberes agora, é graças a eles que foram guardiões e horaram os ensinamentos de seus antepassados.


Com isso, pode-se perceber que não há nada novo, o que muda é o momento da vida em que acessamos essa biblioteca viva, que nos convida para retomarmos "o caminhos de volta pra casa". É aí, que o Xamanismo se relaciona com a nossa vida atual, pois, as práticas xamânicas nos conduzem para reintegração com a natureza, da qual somos parte, veja bem, não somos donos ou espécie soberana, somos integrantes e responsáveis por manter a harmonia.


Mas, como fluir com harmonia se não preservamos a nossa própria natureza (interna)? Conseguimos nos autodestruir, deixando de ver nosso corpo como um templo sagrado, nos intoxicando com alimentos industrializados e envenenados, que causam a degradação da nossa terra/corpo; produzimos lixo guardando ressentimentos e mágoas que poluem as nossas águas/emoções; nos enchemos de informação, agitação mental e preocupação que nos sufoca pela falta de ar puro; o ódio e a raiva descontrolados geram violência que acende nosso fogo destruidor da vida ao invés do fogo divino do amor; e tudo isso nos bloqueia espiritualmente de viver uma realidade em harmonia com todos os seres.


Talvez o xamanismo seja este convite: para retomar primeiramente a conexão consigo e vivenciar diariamente uma relação harmônica com a natureza interna e externa. Sabendo que a utilização de qualquer elemento de poder como uma planta, um instrumento ou o totem animal, nos serve como auxiliar no processo de autotransformação e autoconhecimento para uma vida com mais consciência.


Se você gostaria de se aprofundar nesse assunto, venha conhecer a Roda de Estudos do Xamanismo! Nela você irá aprender de forma teórica e prática sobre a Roda Medicinal, como integrar este conhecimento para melhorar sua qualidade de vida e espiritualidade. Saiba mais:


Fontes:

CUMINO, Alexandre. O sacerdote de Umbanda: mestre, discípulo e liderança. São Paulo: Editora Madras, 2017.

 
 
 

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